FIM DE ANO: 85% dos brasileiros compram compulsivamente nesta época do ano
O natal é a época do ano que o comércio brasileiro mais vende, segundo a Câmara de Lojistas do Brasil. São presentes para família, amigo oculto no trabalho, confraternização entre amigos e até aquilo que você não está precisando. E é aí que surgem os compradores compulsivos como a professora de história Harah Feitosa, que se considera uma delas. A professora vai, pelo menos uma vez na semana, comprar coisas para ela nos shoppings de Brasília.
"Eu me considero, ainda. Todo dia não, no mínimo uma vez por semana nessa época do ano é comum eu vir comprar alguma coisa. Eu compro mais para mim mesma. Roupa, sapatos, bijuterias, é terrível".
Assim como a professora de história, 85 por cento dos brasileiros compram por impulso, segundo uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito, o SPC. Começa com uma promoçãozinha aqui, uma peça na vitrine ali, e quando a pessoa olha já está cheia de sacolas. O levantamento mostrou, também, que 43 por cento dos brasileiros relacionam as compras por impulso a momentos de ansiedade, tristeza ou angústia. Entre as pessoas que mais fazem compras movidas por impulsos emocionais, a ansiedade causada por um evento que se aproxima, como festas ou viagens, é o principal motivo entre consumidores de classes A e B. Por outro lado, a baixa auto-estima é a razão predominante entre consumidores das classes C e D. O personal Renan de Oliveira é um desses. Segundo ele, a ansiedade que sente antes de viagens e assuntos relacionados ao trabalho faz com que ele compre coisas que nem usa mais.
"Eu compro muitas coisas que às vezes eu acabo não usando muito e fica em casa guardado. Uso duas ou três vezes e acabo não usando mais".
A psicóloga, especialista em compulsão, Cássia Rodrigues, confirma que assim como Renan, muitos outros brasileiros fazem compras devido aos sentimentos momentâneos.
"O evento compulsivo a gente percebe que se dá por um agente detonador chamado: ansiedade e angústia. Todas as vezes que você tem que fazer aquele hábito repetido porque você ta ansioso. Ela não pode trocar esse prazer, porque comprar é um prazer. Só que a gente tem que perceber qual é o agente que está dentro de nós: se é a ansiedade ou a angústia, ou se é a normalidade do comprar".
E é nessa época de final de ano que os compradores compulsivos devem tomar cuidado para não se endividarem. O especialista em Economia da Universidade de Brasília, Flávio Basílio, alerta que o pagamento em dinheiro é a melhor escolha tanto, para os consumidores compulsivos, quanto para os que não são.
"Procure sempre o desconto à vista. Se nenhuma loja der o desconto à vista, pegue seu dinheiro, coloque aquele valor referente às parcelas na poupança e pague parcelado, ou seja, não pague algo à vista se você não tiver desconto. Agora se conseguir um desconto, faça uma boa barganha porque as lojas estão dando bons descontos nesse momento".
Também foi indicado na pesquisa que cerca de 85 por cento dos brasileiros dependem dos descontos quando fazem compras à vista. Outros 37 por cento dos consumidores analisam se o valor mensal da parcela caberia no próprio bolso e não levam em consideração a taxa de juros embutida no financiamento. (Agência Rádio)